domingo, 4 de outubro de 2009

O acordo ortográfico precisa entrar em acordo




Até os gramáticos têm dúvidas na hora de definir o que muda com o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa


"Deveriam ter aproveitado a reforma ortográfica para substituir o chapeuzinho por algo mais moderno." Luis Fernando Verissimo, escritor brasileiro

Isto que vou contar pode pertencer ao mundo do faz-de-conta: do meu pára-brisa, num dia-a-dia qualquer, e chegando próximo àquele pára-raios, pude ver tão-somente algo subumano afastar-se, de maneira sub-reptícia, da porta da igreja... Minha respiração parou.

A sua respiração vai parar também a partir do momento em que alguém lhe pedir para pôr o trecho acima dentro das novas regras ortográficas, porque será uma tarefa fantasmagórica, quase sobrenatural.

A começar por esta questãozinha básica: por que o acento diferencial do verbo pôr foi mantido e o da forma verbal para foi retirado, estando ambos os acentos incluídos na regra da acentuação diferencial?

Conforme mostrado na tabela acima, você poderá escrever as palavras destacadas do texto inicial seguindo as orientações adotadas pelos autores dos dicionários, escritos conforme a nova ortografia - e o que é mais espetacular: estará atendendo plenamente, e de duas maneiras, às novas regras ortográficas!

Elas dizem respeito às alterações quanto ao uso dos chamados sinais diacríticos (trema, acentos agudo e circunflexo) e hífen. Se, de um lado, simplificam (o exemplo é o uso do trema), de outro, apresentam inúmeros pontos realmente obscuros, como esses que acabamos de ver.

Como o acordo atinge a grafia de cerca de duas mil palavras no Brasil, é bom a gente ficar esperto e ir se preparando para estudar de novo. Será realmente uma tarefa subumana. Ou será que é sub-humana?

Uma pedra no meio do caminho: O Acordo Ortográfico


Uma epopeia pelas mudanças nos usos do hífen promovidas pelo Acordo Ortográfico


Penetremos surdamente no reino das palavras, onde, caro leitor, elas permanecem inertes, mas frescas e interrogativas, em estado dicionário. Entre elas, palmilhando-as bem, procuremos, para começar esta conversa, o que diz o verbete acordo. Do Aurélio extraio "concordância de sentimentos e ideias, concórdia, harmonia, conformidade, combinação, ajuste, pacto"; e, no Houaiss, pesco, entre outras coisas, "ajuste entre partes, combinação, consenso, conciliação, discrição, prudência, tino". Se, aqui pelo menos, eu puder reduzir esse conjunto de sinônimos da palavra acordo a três bons significados, fico com "pacto", "consenso" e "tino".


CONFUSÃO E POUCA REFLEXÃO
Entre nós há muito não desfilavam, a não ser na arena política, tanta confusão e tão pouca reflexão, coisa de dar inveja ao Brás Cubas, aquele que trazia um trapézio no cérebro. Em primeiro lugar, por que o acordo? Isso traz alguma vantagem à língua escrita trocada entre as nações que compõem a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa? Alguém já ouviu dizer que, sem esse acordo, governantes e diplomatas teriam amplos problemas de comunicação, se é que já tiveram algum em especial por causa disso? Por causa de um acento ou de um trema?

Ora, a língua é mais do que mera ortografia; e, por isso, dada a menor importância desse capítulo da gramática, é muito ruim, injusto e desgastante ficar discutindo se aquele termo tem hífen ou não. Parece perda de tempo. Pior do que ir a Lisboa, ler no cardápio do botequim da esquina "bica" e "sopa de gambas" e não saber o que significam tais palavras. Perguntando ao garçom - em português, claro -, fica-se sabendo que o primeiro substantivo corresponde ao nosso "café pequeno" e o segundo, numa melhor tradução, é "sopa de camarões".

Já que não há mais jeito e a reforma foi mesmo implantada, não quero chorar pelo leite derramado. Como professor do curso de Letras da Universidade Federal de Alagoas, dirigi-me à direção da Faculdade, que está montando um site, e ofereci-me para fazer uma sistematização apenas do uso do hífen, já que os acentos não suscitam dúvidas Reprodução


Mas, já que não há mais jeito e a reforma foi mesmo implantada, não quero chorar pelo leite derramado. Como professor do curso de Letras da Universidade Federal de Alagoas, dirigi-me à direção da Faculdade, que está montando um site, e ofereci-me para fazer uma sistematização apenas do uso do hífen, já que os acentos não suscitam dúvidas. O emprego do hífen, sim, é um deus nos acuda. Aceitaram e acharam até bom que alguém com muita paciência, quase beneditina, decidisse enfrentar a missão de pôr os pingos nos is (se é que isso é possível).

Gastei um mês e meio quase de luta com as palavras, luta vã nesse caso, porque, como disse o outro, elas são muitas e eu, pouco. Primeiro passo da metodologia de que me servi: busquei o que tem sido publicado na imprensa, desde o ano passado, sobre a reforma ortográfica - consultei jornais, revistas de todo tipo, especializadas ou não, assim como folhetos divulgados pelas editoras. Ao lado desse amontoado, estão os livros recém-saídos do forno trazendo novidades, mas, como era de esperar, com muitos enganos, distorções e contradições flagrantes.

E a culpa desse estado de coisas não pode ser atribuída propriamente aos autores dos livros, a não ser pela pressa que têm em publicar, para, enfim, cooptar o mercado efervescente e ávido de conhecimento. Deve, sim, ser imputada à própria Academia Brasileira de Letras, que gerou tanta desconversa e desencontro. Isso porque, em um dia, eles dizem que "re-escrita", por exemplo, deve ter hífen, como todo derivado cujas vogais, uma no final do prefixo e outra no início do radical, são idênticas (é o caso de "anti-inflamatório" e "micro-organismo"); e, em outro momento, vem a ABL dizer que as palavras que trazem o prefixo "re-" não se enquadram nessa regra e, portanto, não são hifenizadas, marcadas pela tradição que as obriga a ficar como sempre foram ("reempossado", "reeleito", "reerguer"). O mesmo se daria com o prefixo "co-", a ponto de o antigo "co-herdeiro" virar um monstrengo como "coerdeiro", exigindo do leitor certo esforço para entender de imediato o que lê ("Como, co o quê? Cordeiro, coerdeiro?").

Pois bem. Elaborei o documento sobre o uso do hífen em quatorze páginas de computador. A cada vez que eu julgava tê-lo concluído, enviando-o em seguida, por e-mail, à direção da Faculdade de Letras, apareciam-me pela frente mais novidades, que eu tinha de incluir e ajustar, corrigindo incansavelmente a edição anterior, em erratas sucessivas.

Retirada da revista discutindo Literatura.
Matéria feita por: por Roberto Sarmento Lima

domingo, 13 de setembro de 2009

Gafes do Português!

O mau uso de algumas palavras e expressões vive confundindo estudades e ouvintes brasil afora. Saiba distinguir o momento para usar este ou aquele registro com mais eficiência.



À beça
SEMPRE COM ACENTO E COM "Ç":
É brasileirismo e não gíria. Antes de 1943 escrevia-se com dois "ss" ("bessa"), por acreditar-se que tivesse algo a ver com o nome de um perdulário carioca de nome Bessa. Não tinha. Em alguns filmes legendados ainda se vê, volta e meia, "bessa"... Mas não é correto.

Ela come à beça e não quer engordar!

Fiquem atentos...

sábado, 12 de setembro de 2009

Um autor, sua obra!


Hoje vamos falar do imortal e mais conceituado literato da histórias das Línguas Portuguesas, o nosso célebre Machado de Assi.

Machado de Assis
Joaquim Machado de Assis nasceu em 1839, na chácara do Livramento, no Rio de Janeiro. De origem humilde e saúde frágil, foi autoditada ([Do gr. autodídaktos.]
Adj. 2 g. S. 2 g. 1. Que ou quem aprendeu ou aprende por si, sem auxílio de professores), estudando como pôde. Mas gostava da escrita. Observador astuto, desenvolveu grande habilidade para o texto mais intimista e de forte aprofundamento psicológico. Foi fundador e presidente da Academia Brasileira de Letras. Reconhecido internacionalmente como um dos maiores contistas e romancistas da literatura universal, faleceu em 1908.

Um breve comentário de seus contos:

O ALIENISTA conta as aventuras atrapalhadas de um cientista que monta um hospício.A base de seu projeto é separar o reino da loucura daquele perfeito juízo. A realidade, porém, é um tanto mais complexa e gera brutal confusão.

MISSA DO GALO, ressalta-se o clima de erotismo e cumplicidade estabelecido entre um adolescente e uma jovem casada, enquanto ele espera a hora de ir assistir à missa da meia-noite, no Natal.

Nao fiquem esperando, Machado tem muito a nos ensinar e temos muito também a contribuir com seus contos e romances.
Boa leitura e aventuras!

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Língua & Literaturas

Boa tarde,
Nesta primeira postagem, apresento um blog que colocará os estudantes e as pessoas apaixonadas pela Língua Portuguesa e por todos os tipos de Literaturas, a conhecer um novo horizonte e a delinear novos pensamentos, onde questionar, comprovar e conhecer será o mais divertido possível.
Abordaremos ainda a educação, a forma como aprendemos a nossa própria língua e sua valorização, o que conhecemos sobre história e o que ela tem em comum com a literatura, ou melhor como na literatura podemos ficar feras em história e outros tantos conhecimentos.
Querem se aventurar em terras d'além mar...
Então acompanhe cada artigo deste bolg, que poderá ser o mais badalado de toda a net!
Perguntar também é mais que permitido, afinal uma boa ação-reação será divertidíssimo!
Aproveitem!